Tão pequena,
Tão serena,
Lá na serra,
É Sazes da Beira.
Terra de tantos
Que partiram
Para tão longe.
Tão poucos ficaram,
Alguns retornam
De tempos em tempos
Sem ficar.
Em Sazes os pinheiros erguem-se verdejantes,
Nas épocas secas quantos arderam?
Mas os que permaneceram
São vivas testemunhas
Dos séculos que passaram.
Famílias tem raízes
Neste tão singelo lugar.
Tão pouquinho é o vinho
Que ainda se faz.
Quantos toneis não se enchiam
Décadas atrás?
As parreiras, os pessegueiros, as videiras e as macieiras
Já fizeram a alegria de tantas e tantas crianças
Que viveram lá.
Hoje o que restam são mais lembranças,
Bem mais que as pessoas que ainda há.
Os retratos antigos
Ainda permanecem nas casas;
As últimas ovelhas ainda dão seu leite,
O sino ainda toca na igreja principal?
Um pequeno córrego ainda molha as hortas
De onde se tiram couves, alfaces, batatas e tomates.
Velhos muros de pedra cobertos de mato
São sinal de antigas gerações
Que ergueram as primeiras moradias.
Quando o sol se levanta
Ilumina a serra
Animando os dias.
Nas noites frias
O fogo das lareiras faz arder a lenha
Enquanto batatas e castanhas assadas
São o manjar
Regado a vinho caseiro,
Pequeno e simplório jantar
À luz da lua
Sob as estrelas.
Na Serra da Estrela,
Estrelas que brilham
E iluminam
O velho e eterno Portugal.
Márcio
27/08/2010